quarta-feira, 1 de agosto de 2012

VIII


O amor surgiu para mim tal qual um diamante raro,
Eis então onde depositei todo sentimento nobre,
Nos sorrisos lindos e cativos da juventude guiei meu barco!
Amei como jamais havia amado,
E como bem sei jamais deveras voltar a amar.

Fui poeta ao flutuar na escultura do teu corpo,
Alcancei o céu entrelaçada em braços macios e audazes.
Mergulhei na imensidão do mar faceiro, sedutoras ondas,
Onde surfamos amantes e bailamos elegantes,
Sendo holofotes ofuscantes para os sacerdotes da vida alheia!

Foi um sentir tão puro! Uma emoção perfumosa e embriagadora,
Mas que a inconstância de maus secretos veio dissipar.
E ainda sim diante á vendavais catastróficos, mentiras e ardor;
Este devoto sentimento, hoje conturbado, enlouquecido e amargurado,
Lança-se a morte, pois não existe gloria maior do que morrer por amor!

                                                                        Natália Tamara       




                        (Talvez Você perceba que nunca vou deixa-lo ir!?)

VII



Não há escapatória para um coração inundado,
Um pobre órgão afetado por tantos sentimentos,
E uma mente conturbada, massacrada e sem limites!
Desgovernadamente vou na dupla contramão,
Neste descompasso de incertezas, sei uma única coisa.

Perco os sentidos ao relembrar cada gesto, cada toque,
Navego nas lembranças tórridas que mantém minha febre! 
Mas ainda sim, não sei de mim, Perdi algo de muito especial;
Necessito exasperadamente da cura, do teu milagroso perdão,
E assim possa me encontrar novamente, Amar como antes...?

Não há descanso para um espirito cativo da tua imagem,
Tenho pavor de mim mesma, nesta ausência de você.
Digas o que quiser, tens razão e autoridade para tal voz,
Porém não tente camuflar nosso amor passado,
Pois este é meu alimento nas horas de paz, e meu refugio de mim!

                                                                        Natália Tamara   




                                                  (Somos Prisioneiros Livres!)     

VI


Contraditório esse rio corrente de dupla margem,
Esta sedução hipotônica e tão real, porém meretriz,
Foi uma feliz ilusão, uma conflitante ironia.
Fiei-me nos sorrisos levianos de ternura,
Sendo exposta aos raios fatais da desventura!

Ó Afrodite! Semeastes em mim o mais terno dos amores,
Destes alegria e beleza á esta alma turbulenta;
Mas deveras, contudo, para mim teu amor esgotou.
Ah! Como arde este fiel coração ferido,
Anseia por tua misericórdia, faz preces para o fim deste conflito!

Em vão imploro o retorno do teu sentimento,
Suspiro os tristes sons que a magoa ecoa ao vento;
Sinto o cansaço da vida saturando o corpo, alma e mente.
Vou ardendo neste exílio ao qual fui sentenciada,
Sem esperança alguma de voltar à pátria amada, sem regressar ao teu amor!

                                                                 Natália Tamara            




                                              (Ando tão a flor da pele!!)


V



Éramos nós, amantes de almas amigas,
Na plenitude do desejo latente,
Na pureza do sorriso inocente, embora sedutor!
Éramos nós, no pudor mais intimo do amor,
Na verdade mais explicita e oculta de adorar!

Foi um sonho, na turbulência da realidade,
E ainda que tenha sido uma verdade para nós,
Nega, dispara contra mim balas inverídicas da situação.
Desdenha do nosso amor, cospe no prato que te alimentou,
Vira as costas, e rir do meu ridículo penar!

Fomos verdades na soma de todas falsas mentiras,
E no êxtase da paixão gravamos nossos nomes;
Mas nos perdemos na brava tempestade do terror!
Fomos à elegância na arte do amar,
Porém nos condenamos no lírico ato de nos torturar!

Natália  Tamara                (Obra: D.S.)


                                          (Por que Nós?!!...)