sábado, 14 de julho de 2012

Uma carta, simplesmente uma carta.


Como posso suportar tão constante chama, as horas que me são dadas,
são martírios, estou a mercê dos dias sem esperança de viver novamente.Não peço que venha a ter compaixão dos meus sentimentos pois eles são meus; unicamente meus.
Tento conter minha acelerada pulsação, as batidas eufóricas do meu coração quando estou ao teu lado mas é inútil, camuflo desejos, respirando fundo, com medo de ofender-te; pois eu nada mais sei que em te pensar.
Bocage faz verter lagrimas nesta alma febril, ouço Beegees, saciando minha bebida preferencial o Vinho que por tantas vezes foi minha companhia mais agradável. Cito William Shakespeare a todo instante em noites infinitas que banham-me de nostalgia e solidez feroz.
Tento não pensar, mas é mais forte do que meu “eu”, tudo em todo o dia reflete-se na mais pura imagem do teu rosto, do teu corpo, da tua alma, não sei mais para onde ir o que fazer, estou bebendo o cálice duplo da amargura e desilusão; agora cito Fernando Pessoa e seus heterônimos, passo também por Manuel Bandeira, Mario Quintana, morrendo a declamar insistentemente Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, abro então mais uma garrafa de vinho, e penso em te, vejo a noite passar por mim abrindo um imenso clarão na minha pequena janela.
Transbordo entre razão e sensibilidade, orgulho e preconceito, deixando soar no despertar da aurora uma magistral opera, tentando persuadir os meus inocentes sentimentos a uma reflexão minuciosa, para que esses não se percam em atos insanos e perigosos. É por tua causa que bailo com o desespero e brindo com a insônia, por tua culpa que bebo incessantemente, por você morro aos poucos, por te que faço do impossível o mais possível poema de amor e idolatria... Amo-te!...Não, não te amo!! Ah!... te amo sim, quero te odiar mas não consigo;não consigo.
Agora ouço Toni Braxton, saciando a saudade que me consome, saboreando o ultimo gole da quinta garrafa de vinho, e mais uma vez lembrando de você, quero morrer, mas não tenho coragem suprema para tal ato, escrevo apenas;e com a alma em convulsão, com o coração apertado, consumido por uma existência sem esperanças, sobe-me então uma ânsia e sinto e penso quero morrer...quero morrer...

Natália Tamara

...........Sempre........

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