sábado, 21 de julho de 2012

II




Dissabores nascidos nesta alma formosa;
Trago em mim, um peito cansado e rouco,
De gemer na mesma melodia do amor recíproco infeliz!
Não me odeies, se por hora enlouqueci no feroz bramido,
Não cultuo mascaras, nem mesmo nas mentiras eu menti!

Uma nodoa de sangue brota neste olhar,
Neste sorriso amputado, e agora recolhido em seu travor.
Estou emudecida neste livro desbotado da minha existência,
Mas ainda sim recebo o beijo fiel da poesia amante...

Bebi taças do licor inconfundível dos teus lábios,
Hoje navego no oceano do teu fel intragável.
É como se labaredas de fogo penetrassem em minha alma,
Queimando com porfia toda essa existência inexata de ser;
Atiçando os neurônios que fervorosos dissipam a calma!

Natália Tamara                                 (Obra: Diário de Um Suicida)





Nenhum comentário:

Postar um comentário