domingo, 29 de julho de 2012

IV


A paisagem do ridículo dá contornos a minha imagem,
Anseio o fim de todo este padecimento, deste tormento.
Esta lacuna não se fecha, fica maior a cada amanhecer...
Odeio certos pensamentos, que corroem esta mente insana,
Mas ainda sim amo a bela imagem, que representas para mim!

Quero adormecer infinitamente, no gozo profundo do sublime amor,
Sediar o encontro dos anjos no céu, e quem sabe....
Quem sabe... Levitar ao serpentear nas chamas do inferno!
Vênus, como sangrei ao separar-me de te,
E ainda sim navegando neste mar vermelho, ouso te amar!

Doí-me profundamente dedilhar o mesmo dó menor,
Cantar solenemente a mesma melodia desvairada;
Deixar soar harmonicamente este timbre fúnebre e febril.
Ah... Deusa de todas as deusas, como esquecer teu esplendor?
E como viver sem receber o alimento diário do teu sorriso?

        Natália Tamara                                             (Obra: D.S.) 




                                  (Lindo Poema de Florbela Espanca)

Amor Recíproco


Como regressar de um sentimento sem retorno?
Não domo mais meu coração, ele vai sem destino.
Tenho medo do brilho deste teu olhar que me cativou,
E cismo em tê-lo sempre comigo, permanentemente...

Vivo a despir esta alma boemia e tão romântica,
O cotidiano sufoca os vestígios nostálgicos do espírito.
Assim tomo em doses lentas o infortúnio do Amor recíproco infeliz,
Tendo como analgésico o vinho, mas não do amor!

Resplandece em mim a tragédia quem sabe mais bela,
Do verdadeiro amor aventureiro e encantador...
Transmuto em roteiros celebres, trágicos e avalassadores,
Tais quais, Hamlet, Tristão e Isolda, batizada com Sonetos!

                                                                   Natália Tamara 


III


Misturo os sentidos, estou apática,
Recém-nascida de uma barriga de aluguel.
Os amores de satã numa epopeia sagrada!
E os motivos para viver, são  deleites das lembranças!

O mel dos dias esgotou, restando o amargor do fel,
E o louco fascínio pelo suicídio!
Mas essa demora é algo planejado,
É preciso que esse adeus seja longo, mas não tanto!

Minha sina é negra, há em mim uma nódoa ardente,
Romantismo que devias morrer ao lado da poesia.
Vem noite tenebrosa, vem amar comigo nesta ânsia plasmática!
Vem senhora, dai-me teu beijo finito, assina minha ultima sentença.

Natália Tamara               (Obra: D.S.)







sábado, 21 de julho de 2012

II




Dissabores nascidos nesta alma formosa;
Trago em mim, um peito cansado e rouco,
De gemer na mesma melodia do amor recíproco infeliz!
Não me odeies, se por hora enlouqueci no feroz bramido,
Não cultuo mascaras, nem mesmo nas mentiras eu menti!

Uma nodoa de sangue brota neste olhar,
Neste sorriso amputado, e agora recolhido em seu travor.
Estou emudecida neste livro desbotado da minha existência,
Mas ainda sim recebo o beijo fiel da poesia amante...

Bebi taças do licor inconfundível dos teus lábios,
Hoje navego no oceano do teu fel intragável.
É como se labaredas de fogo penetrassem em minha alma,
Queimando com porfia toda essa existência inexata de ser;
Atiçando os neurônios que fervorosos dissipam a calma!

Natália Tamara                                 (Obra: Diário de Um Suicida)





quinta-feira, 19 de julho de 2012

Soneto


Ser persuadida ao jogo misterioso do experimental,
Gozar de insegurança, na plena segurança dos teus braços.
Sentir tua vida juvenil pousando delicadamente na minha,
Esta vida, que ao repousar na tua rejuvenesceu...

Galopar sobre um cavalo alado, sem medo de cair,
Se despir da fantasia sonhada, lucidamente poder sonhar;
E encorajar-se à se fantasiar da realidade,
Mesmo dançando a dadivosa valsa do segredo!

Oh! Tão esperada felicidade! O que fazer com tuas asas?
Sim! Amor tão subliminal! O que fazer dos teus sonhos?
Ser persuadida e persuadir nesse  convidativo jogo!

Navegarei a deriva dos teus olhos,
Junto a te, irei desvendar o tal jogo experimental,
E neste universo de desejos, transmutarei em elevação gracial!

06/11/2010  Jacobina - BA                         Natália Tamara

                                      (1º Soneto dedicado á Um Alguém Especial) 

S.A.V



Pernoitei em prazeres e desprazeres,
Percorri o bosque escuro em busca do nada
Afoguei-me na desilusão das  paixões fugaz,
Brinquei de ser feliz, na plenitude máxima da infelicidade.

Hoje pulsa em minhas veias sangue novo,
Brota deste coração raízes infinitas do Amor!
Sinto  o prazer do sorriso nos lábios,
E cintila em meu rosto o vento da felicidade...

Elevar o pensamento, ocultar a emoção, olhar você...
Emergir dos sonhos, beijar a realidade, mergulhar em te.
Desejar a mesma essência, naufragar no mesmo corpo,
E no mesmo olhar gozar sob a pureza do espirito!

Pernoitar no desprazer da ausência,
E sorrir no despertar da aurora,
Na louca feliz vontade de matar essa distancia,
E por fim estar novamente envolvida em teus braços...
                                                                                                                                   Natália Tamara                             22/12/2010


quarta-feira, 18 de julho de 2012

I


Como o sangue que esfria sem explicação,
O sonho mais intimo exposto ao sarcasmo
Das ilusões perdidas!
A solidão me beija incessantemente,
Deixando-me sem versos, quem sabe sem “coração”.

Gostaria de rasgar o peito e partir o crânio,
Ao suportar esta melancolia tirana,
Que chega a consumir com volúpia,
Toda esta vida que agora é tão banal!

Adeus! Vou dar um fim nisto,
Não foi de todo um engano, talvez não houvesse engano.
Beberei então o cálice da morte,
Para aniquilar de vez este corpo emblemático,
E dissipar toda dor e angustia deste ofegante coração!

Natália Tamara                         (Obra: Diário de Um Suicida) 



domingo, 15 de julho de 2012

MINHA MORTE!!


Os sinos talvez possam tocar,
Não vão entender o por que;
Mas os sinos podem não badalar,
E o dia, mais alegre vai ficar...

Meu sorriso vai se desfazer, se quebrar,
Minha voz vai aos poucos perder o eco
Esta insensata voz vai se calar,
Vagarosamente vou perdendo as forças...

Meus livros favoritos vão para o fogo,
Minhas canetas vão se aposentar...
Os CDs, que me acompanham há anos,
Solitários, vão se desesperar!

Meu coração cada vez pulsando mais fraco,
E o corpo debilitado, querendo levantar.
Minhas veias vão neutralizando meu sangue,
E minhas células vão ficando sem se alimentar...

É chegada honradamente minha hora,
vou separando-me da vida terrestre;
Separo-me de muitas coisas agora,
Só não consegue falecer o amor que sinto por você...

Lentamente meus olhos se fecham,
Meu cérebro quer parar, os neurônios não resistem,
Porém a mente ainda repete seu nome,
Alguns olhos, não sei de quem, me assistem!

Meu coração sentimental parou de pulsar,
A senhora Morte tomou meu corpo finito!
Mas sinto tua presença em meu leito nostálgico,
E minha alma sobrevive do meu amor por você, que é infinito...


                                                                             Natália Tamara.




                              (VEM MAIS NÃO DEMORE A CHEGAR!!)

sábado, 14 de julho de 2012

Uma carta, simplesmente uma carta.


Como posso suportar tão constante chama, as horas que me são dadas,
são martírios, estou a mercê dos dias sem esperança de viver novamente.Não peço que venha a ter compaixão dos meus sentimentos pois eles são meus; unicamente meus.
Tento conter minha acelerada pulsação, as batidas eufóricas do meu coração quando estou ao teu lado mas é inútil, camuflo desejos, respirando fundo, com medo de ofender-te; pois eu nada mais sei que em te pensar.
Bocage faz verter lagrimas nesta alma febril, ouço Beegees, saciando minha bebida preferencial o Vinho que por tantas vezes foi minha companhia mais agradável. Cito William Shakespeare a todo instante em noites infinitas que banham-me de nostalgia e solidez feroz.
Tento não pensar, mas é mais forte do que meu “eu”, tudo em todo o dia reflete-se na mais pura imagem do teu rosto, do teu corpo, da tua alma, não sei mais para onde ir o que fazer, estou bebendo o cálice duplo da amargura e desilusão; agora cito Fernando Pessoa e seus heterônimos, passo também por Manuel Bandeira, Mario Quintana, morrendo a declamar insistentemente Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, abro então mais uma garrafa de vinho, e penso em te, vejo a noite passar por mim abrindo um imenso clarão na minha pequena janela.
Transbordo entre razão e sensibilidade, orgulho e preconceito, deixando soar no despertar da aurora uma magistral opera, tentando persuadir os meus inocentes sentimentos a uma reflexão minuciosa, para que esses não se percam em atos insanos e perigosos. É por tua causa que bailo com o desespero e brindo com a insônia, por tua culpa que bebo incessantemente, por você morro aos poucos, por te que faço do impossível o mais possível poema de amor e idolatria... Amo-te!...Não, não te amo!! Ah!... te amo sim, quero te odiar mas não consigo;não consigo.
Agora ouço Toni Braxton, saciando a saudade que me consome, saboreando o ultimo gole da quinta garrafa de vinho, e mais uma vez lembrando de você, quero morrer, mas não tenho coragem suprema para tal ato, escrevo apenas;e com a alma em convulsão, com o coração apertado, consumido por uma existência sem esperanças, sobe-me então uma ânsia e sinto e penso quero morrer...quero morrer...

Natália Tamara

...........Sempre........

Soneto


Sinto o vento veloz a socar meu rosto sem piedade,
E tua soberanidade atormentando meu ser;
Não mais sinto a plenitude da vida,
Então mergulho no mar da morte sem receio!

Oh...Insondado coração, mostra-se para mim,
Tenho um punhal cravado ao peito com tua indiferença,
Não mais pretendo acordar, a realidade me tortura,
Então morro dentro dos sonhos saltando em meio aos nítidos pesadelos.

Baila tua imagem exuberante neste cérebro incontrolável,
Matando toda uma ideologia de feliz viver!
Então mais uma vez o tango da ilusão convida-me para bailar...

Valso serenamente nos braços elásticos da solidão,
Penetrando na tua distância sentimental,
Não mais quero viver! Falecendo nos braços da desilusão...

Natália Tamara


SONETO NOSTALGICO


Seria inegável revelar as rasuras do meu ser
Hoje sou menos do nada que sempre fui
Busquei-te nos horizontes reais do cotidiano
E te encontrei apenas nos meus pensamentos!!

Seria irreal expressar tudo que sinto,
Diante da tua postura tão altiva e singela.
Não mais posso viver em constante encontro com a solitude,
Tão pouco velejar nas ondas vulcânicas do coração.

Tento parar o fluir natural dos sentimentos,
E de uma vez esquecer as tais lentes que me cativaram,
Apagar definitivamente o mais belo sorriso...

Tento anestesiar a mente, entorpecendo os sentidos,
Fugindo desta realidade que me tortura que me consome;
Querendo mais uma vez fugir do Queria eternizando-me no Quero.

Natália Tamara