sexta-feira, 28 de outubro de 2011

SONETO

Noite! Perco-me no infinito de tua amplidão,
Com o coração cheio de gérmen e de vícios.
Estrela! Navego a deriva deste brilho ofuscante,
A noite vai cada vez mais alta e menos sombria!

Lua! Sempre moça, nua e bela; fascinante,
Peregrina no céu em sua virgindade eterna!
Ébria! Sigo sedenta, embriagada de filosofia,
Bebendo taças e taças do amor insolúvel...

O outono desfolha as árvores, os frutos acenam,
Eis que o amor desfolha o coração, aflorando os sentimentos,
Então desta árvore brotam o calor, a febre e a convulsão!

O calor invade o peito, á febre emana dos lábios,
E a convulsão exala amor de forma puríssima;
Onde o outono se desfaz das folhas, inspiradas pela natureza, ardentemente!...





Natália Tamara  

QUEM DERA...!

Quem dera percorrer os jardins,
Puros e aromatizados da bela juventude!
Descrever a impressão precisa,
Dos conceitos psicológicos da natural vida!
Gostaria de atravessar a lógica,
E penetrar profundamente no jogo refinado do egoísmo!
Quem dera compreender,
A confusão e o deserto que invade meu coração!
Decifrar incógnitas da impura consciência,
E encontrar o sentimento arrebatador em processo cerebral!
Quem dera imaginar que o ser humano é romântico,
E neste encontrar o olhar “vago” semelhante ao de uma
Pessoa maravilhada pela claridade do céu e bêbada da luz!
Queria voar sobre a branca textura das nuvens;
Bailar com os anjos e deixar transparecer toda minha esquecida fé!
Quem dera velejar na fantasia sonhada,
E festejar com todas as divindades convidadas para o amor!
Oh! Coração exausto, silenciosa alma solitária,
Tu não queres mais sonhar?...Então entra no teu sarcófago
E morre em teu templo juvenil!
Quem dera renascer das cinzas, e sorrir novamente,
Simplesmente para te reencontrar...


Natália Tamara   



domingo, 2 de outubro de 2011

ADORAÇÃO I ATO

O destino não é só dramaturgo,
É a plenitude notória da ridícula vida.
As fadas que me amem, que me tomem, que bebam-me!
Pois santa não sou para viver sem pecados,
E meu terrível pecado é adorar sem fim...

Meus olhos não veem mais nada! O amor os ofusca,
Eles proibiram o amor! Ah... Como lamento perder-te!
Odeio tua beleza que vai sobreviver a mim!
Ó corpo sofredor, grita teus ais, acusa-te,
Meus olhos estão perdidos, morro dentro de mim...

Nada mais me põe medo, e , mesmo que o céu desabasse,
Morreria gritando minha felicidade, se tu segurasses minha mão.
Nada mais peço além de que me consuma na mesma febre,
Sofra a mesma chaga, num só grito...
E assim o destino não seria apenas dramaturgo, mas também seu próprio contra regra!

Natália Tamara


Felipe Catto - Adoração